Balada - Fora do cardápio

Automóveis antigos são usados como peças de decoração em restaurantes badalados de Belo Horizonte. Além de chamar a atenção dos clientes, satisfazem o gosto dos donos

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créditos: Sandra

Chevrolet Impala era cupê, mas foi transformado em conversível e teve o conjunto mecânico retirado pelo baterista do Jota Quest, Paulinho Fonseca, para ser pendurado no Hard Rock Cafe

Quase toda a memorabilia que estampa as unidades da rede Hard Rock Cafe em todo o mundo é móvel. Desde que Eric Clapton pendurou sua guitarra na parede da casa de Londres, a primeira, inaugurada em 1971, até os tênis brancos usados por David Bowie expostos no restaurante de Belo Horizonte, é praxe que os itens cruzem o planeta pelas casas da rede a cada cinco anos. Os únicos objetos que não se movimentam são os que foram produzidos com esta finalidade: os automóveis.

O gerente comercial da rede no Brasil, Leonardo Monteiro, explica que os carros, como parte da memorabilia, buscam uma identificação com a música dos anos 1950 e 1960. É o caso do Hard Rock Cafe mineiro, que exibe um Chevrolet Impala 1960 pendurado no teto. Até a preparação do carro foi temática, realizada pela oficina do baterista Paulinho Fonseca, da banda pop Jota Quest. O Impala era um cupê e foi transformado em conversível. Outras modificações, segundo Monteiro, foram a retirada do motor e de todo sistema de transmissão, deixando somente a lataria. Na unidade do Rio de Janeiro, o carro é um Cadillac, de 1953, e na de Nova York, um Cadillac, de 1957.

Se a idéia no Hard Rock é que o automóvel crie raiz, na Pizzaria 68, no Bairro Lourdes, o proprietário Marco Antônio Malzoni já tem data para tirar a réplica de Porsche 1956, estacionado próximo a duas Lambretas, uma de 1961 e outra de 1964. "Em janeiro de 2008 o restaurante fará dois anos e quero colocar uma Mercedes 1957", revela. Até lá, entretanto, há tempo para os clientes apreciarem o esportivo, uma réplica criada em cima de um Porsche 1971.

Além do carro e das lambretas, a pizzaria é decorada com várias fotos, feitas pelo proprietário, da Mille Miglia (Mil Milhas), prova realizada na Itália e da qual participam carros fabricados entre 1927 e 1957. Devido ao ótimo estado de conservação dos automóveis, a competição é um autêntico desfile, e as fotos feitas por Malzoni retratam o clima em cenários que vão de Brescia a Roma, passando por belas regiões, como a Toscana. Muitos clientes, quando fazem a reserva, se referem ao espaço como boxe. "O local era uma garagem e ficou com tijolos aparentes e, com as fotos, o carro e as lambretas compondo o cenário, ganhou esse apelido, sendo um dos espaços mais disputados", destaca Malzoni.

O apreço dos clientes pelos carros antigos também despertou o tino de Roberto Alves, um dos sócios da Choperia Pingüim, no Bairro Carmo. Na porta do estabelecimento estão três modelos: um Ford de 1936, um Chevrolet Bel Air 1956, e um Fiat Topolino 1951. "Tomar um chope está ligado à idéia de passeio e, por isso, procuramos associá-los aos carros", explica Roberto. Além do Pingüim, o grupo também é proprietário da rede de lojas Graal, espalhadas em diversos postos de combustível nas rodovias.

Nessas lojas já era prática o uso do Bel Air como atrativo, até mesmo como espaço para os fregueses lancharem. Porém, quando encontrou um Ford 1936, ano da inauguração da choperia em Ribeirão Preto (SP), decidiu expô-lo para os fregueses. Na seqüência veio o Bel Air e, depois, o Topolino. "O Topolino era um carro diferente, menor, e que tem uma história interessante, pois ajudou a levantar a imagem da Fiat após a Segunda Guerra", explica Roberto. A idéia, entretanto, é fazer um revezamento dos carros entre as unidades do grupo, seja choperia ou loja de posto de combustível.

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